A história da ACTO não começou com um plano de negócios detalhado ou com uma pesquisa de mercado brilhante. Na verdade, ela começou muito antes de eu sequer imaginar o que queria fazer da vida. | ||
Cresci ouvindo as histórias que meu pai me contava sobre sua trajetória. Mesmo quando eu era pequeno e não conseguia acompanhar de perto todos os detalhes, suas palavras sempre me deixavam claro o quanto ele havia lutado para chegar onde estava. Meu pai começou sua carreira quase que por imposição da minha avó. Ela o obrigou a fazer uma escola de curtimento de couro em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e foi assim que ele começou, empilhando couros em um curtume. Não era glamouroso e, na época, não parecia ser o início de uma grande jornada. Mas, com o tempo, cada esforço e cada pequeno passo o levaram adiante. | ||
Passo a passo, ele foi crescendo. Cada promoção, cada responsabilidade maior era conquistada com muito esforço, até que, anos depois, chegou ao topo, tornando-se diretor de uma das maiores empresas da região. Para quem o via de fora, parecia que ele tinha alcançado o auge. Mas, dentro dele, a inquietação de quem busca algo maior não o deixava parar. Quando parecia que ele já tinha atingido o máximo que poderia, ele tomou uma decisão surpreendente: largou tudo e foi para a China começar seu próprio negócio. | ||
Minha família e eu moramos um tempo com ele lá, vivenciando de perto essa nova fase da sua jornada. Anos depois, ele vendeu sua parte do negócio para a JBS, consolidando o sucesso de uma trajetória que começou de forma tão humilde e corajosa. | ||
Essa coragem, de se arriscar no desconhecido, ficou comigo. Mas, diferente dele, eu ainda não sabia exatamente como aplicar essa mentalidade. Enquanto muitos dos meus amigos seguiam o caminho tradicional — faculdade, estágio, emprego fixo — eu sabia que esse não era o meu destino. Minha mãe, por outro lado, era uma pessoa mais tradicional. Ela queria muito que eu seguisse esse caminho seguro, como meu pai havia feito. Para ela, não havia outra possibilidade. E, de certa forma, ela não estava errada. Afinal, meu pai tinha crescido e alcançado sucesso seguindo esse roteiro clássico. | ||
Mas, dentro de mim, algo diferente gritava. Mesmo sem saber como aplicar de imediato essa mentalidade empreendedora que tanto admirava no meu pai, eu não conseguia me identificar com o caminho tradicional. Isso me acompanhou por anos. Enquanto muitos ao meu redor se estabilizavam em suas escolhas, eu mergulhei em uma busca incessante por algo mais. Passei meses estudando por conta própria, consumindo conteúdo em redes sociais, podcasts, livros — tudo o que pudesse me ensinar sobre negócios e empreendedorismo. A resposta ainda não estava clara, mas a inquietação de que havia algo maior a ser feito só crescia. | ||
Durante minha época de estudante na PUCRS, o desejo de empreender crescia cada vez mais, mas eu não me identificava muito com o ambiente acadêmico. Em paralelo à faculdade, eu estava constantemente estudando sobre negócios por conta própria, enquanto tentava alguns projetos, quase todos sem sucesso. Tentei a sorte com a Yoozlee, um super cookie com a proposta de substituir uma refeição e facilitar o emagrecimento, e até me envolvi em uma empresa de marketing multinível que vendia benefícios para viajantes. Mas, sem experiência suficiente, esses projetos acabaram não dando certo. | ||
Até que, um dia, acabei ouvindo um podcast com o Felipe Diz, fundador da Zee Dog, e foi ali que um insight começou a se formar. | ||
Nesse podcast, Felipe contou como sempre teve cachorros em casa, mas, como morava com os pais, quem realmente cuidava deles eram eles. Só quando se mudou e teve seu próprio cachorro é que ele se viu com a tarefa de ir pessoalmente às pet shops. Foi nesse momento que ele teve o grande insight para criar a Zee Dog. Ele havia feito intercâmbio fora e trabalhado na Abercrombie & Fitch, o que deu a ele uma visão de branding e estratégias sensoriais que ele percebeu que faltavam completamente no mercado pet. | ||
O mercado era cinza, sem vida. Os donos de pets compravam itens ou pelo preço ou pela funcionalidade, mas não havia uma marca no segmento que oferecesse uma experiência. Ele enxergou essa lacuna e decidiu criar a Zee Dog, uma marca que entregasse muito mais do que produtos para pets: uma marca com estilo, propósito e branding impecável, exatamente como era feito no mercado de moda. | ||
Além desse podcast, acabei assistindo a uma palestra do Junior Durski, fundador do Madero, que me marcou profundamente. Nessa palestra, ele disse algo que até hoje ressoa em mim: | ||
“A grande criatividade, para mim, é fazer bem feito aquilo que já está inventado. Não precisa inventar muita coisa na vida, tem muita coisa que já está inventada, mas que as pessoas fazem mal feito. Se você fizer bem feito um cheeseburger, eu não inventei o cheeseburger, eu só inventei uma maneira de fazer isso bem feito.” | ||
Foi aí que o grande insight veio. As palavras de Felipe e Junior se conectaram, e uma pergunta passou a ressoar na minha mente: “Qual é o produto que eu amo, mas que ainda não é bem feito e que ainda não tem uma marca forte no Brasil?” | ||
Esse foi o ponto de virada. A partir dessa pergunta, comecei a pensar naquilo que sempre gostei e como poderia aplicar essas lições. E, em especial, sou muito grato ao Junior e ao Felipe. Eu ainda não tive a honra de conhecê-los pessoalmente, mas seria incrível, pois mesmo sem saber, eles me inspiraram profundamente. E espero estar fazendo o mesmo por outras pessoas hoje. | ||
[Palestra com Junior Durski - Youtube] | ||
“Qual é o produto que eu amo, mas que ainda não é bem feito e que ainda não tem uma marca forte no Brasil?” | ||
A resposta estava bem diante de mim, literalmente no meu pulso: relógios. | ||
A ACTO nasceu dessa constatação simples, mas poderosa: o Brasil precisava de uma marca de relógios de luxo autêntica, que falasse diretamente com os consumidores de alta exigência, mas que não estivesse presa à tradição centenária das marcas internacionais. Eu queria algo que fosse novo, ousado e que inspirasse pessoas a conquistar seus próprios sonhos — assim como eu estava fazendo. | ||
Comecei com um único foco: criar um produto de extrema qualidade, com um design totalmente diferenciado no mercado brasileiro. A ACTO não era só sobre vender relógios; era sobre vender uma visão. E, com o tempo, a missão da marca ficou clara: inspirar pessoas a vencer. | ||
Em apenas quatro anos, a ACTO cresceu mais rápido do que eu poderia ter previsto. Mas uma coisa permanece constante: estamos apenas começando. Cada dia é uma nova oportunidade de aprender, de ajustar e de seguir em frente com mais força e clareza. | ||
Eu jamais imaginaria que celebridades como Felipe Drugovich e Gabriel Bortoleto, promessas do automobilismo brasileiro, usariam meus relógios. Nem poderia imaginar que Jordan Belfort, o verdadeiro "Lobo de Wall Street", escolheria a ACTO. E mais surpreendente ainda foi ver alguém como Erich Shibata, diretor criativo da Cimed, uma das marcas mais sexys do Brasil hoje, começar como um simples cliente, depois se tornar embaixador, e, mais tarde, desenvolvermos uma collab juntos. | ||
Mas o momento que realmente me fez parar e refletir foi quando o Rony Meisler, fundador da Reserva e uma das minhas maiores referências no mercado de moda masculina, me encontrou no Instagram pessoal para dizer que queria conhecer mais sobre a ACTO. Isso, para mim, foi algo que jamais imaginei quando comecei. | ||
Se há algo que posso compartilhar da minha jornada até aqui, é que as oportunidades raramente surgem como planejado. Elas aparecem em momentos inesperados, em ideias que surgem do nada, e cabe a você agarrá-las. Não tenha medo de errar, de ajustar o curso. O importante é dar o primeiro passo — sempre em direção ao que é seu. | ||
A verdade é simples: apenas comece. A história da ACTO começou sem um plano detalhado, mas o que realmente a moveu foi a vontade de dar o primeiro passo. Não importa o quão incerto o caminho pareça, o primeiro passo é sempre o mais difícil, mas também o mais transformador. O que vem depois pode surpreender você de maneiras que nunca poderia prever. | ||
Insights Práticos: | ||
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Se há algo que espero que você leve dessa história, é que todos temos o poder de criar algo grandioso. As respostas nem sempre aparecem quando esperamos, mas a chave está em dar o primeiro passo. Ao fazer isso, você desbloqueia um caminho cheio de possibilidades. | ||
Então, o que está esperando? Busque o que é seu. | ||
Abraços, |