O Thiago Antes da ACTO 🛤️ #007
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O Thiago Antes da ACTO 🛤️ #007

A jornada antes da ACTO: erros, aprendizados e a busca incessante por algo maior. Descubra como cada passo moldou quem sou e como me trouxe até aqui. 🚀

Thiago Chiká
8 min
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Imagens de uma das minhas primeiras tentativas.
Imagens de uma das minhas primeiras tentativas.

Desde cedo, cresci cercado por histórias que me marcaram profundamente. Meu pai, por exemplo, começou sua carreira quase por imposição da minha avó, que o obrigou a frequentar uma escola de curtimento de couro em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Ele começou do zero, empilhando couros em um curtume. Não era glamouroso, e ninguém imaginava que aquele seria o início de uma grande jornada. Mas meu pai foi crescendo. Cada promoção, cada nova responsabilidade era fruto de muito esforço, até que ele chegou ao topo, tornando-se diretor de uma das maiores empresas da região.

Mesmo assim, algo dentro dele o impelia a buscar mais. Ele largou tudo para recomeçar na China, onde iniciou seu próprio negócio. Foi uma fase de muitas mudanças para nossa família. Moramos um tempo lá, acompanhando de perto essa nova etapa. Anos depois, ele vendeu sua parte para a JBS, consolidando o sucesso de uma trajetória que começou de forma tão humilde quanto corajosa.

Minha mãe, por outro lado, sempre foi a força que mantinha tudo em movimento. Quando eu e minha irmã éramos pequenos, meus avós maternos tinham lojas de roupas em shoppings — uma para mulheres e outra para crianças — e minha mãe liderava a parte comercial. Sempre ouvi dizer que a loja só funcionava de verdade quando ela estava presente. Quem a conhece sabe por quê: minha mãe é aquele tipo de pessoa que conversa com qualquer um, seja na fila da imigração nos Estados Unidos ou no caixa do supermercado, mesmo sem dominar a língua. Se precisar, ela se comunica até por mímica.

Chegou um momento em que meu pai pediu a ela que tomasse uma decisão: um dos dois precisaria se dedicar à família enquanto o outro focava no trabalho. Sem hesitar, minha mãe escolheu a família. Ela abriu mão de algo que fazia tão bem, mas nunca perdeu aquele brilho de quem sabe liderar e fazer acontecer.

Acho que essa combinação de histórias me moldou mais do que eu percebia na época. O empreendedorismo estava no meu DNA, e a vontade de construir algo sempre foi muito clara para mim. Quando todos os meus amigos começaram a questionar o que fariam da vida, eu já sabia: queria criar algo meu. Só não sabia exatamente o quê.

Ainda assim, como qualquer jovem da minha idade e da minha realidade, a faculdade era um caminho inevitável. Minha mãe, mesmo sendo empreendedora, sempre foi muito conservadora nesse aspecto. Para ela, não cursar uma faculdade não era uma opção.

Enquanto muitos dos meus amigos seguiam o roteiro tradicional — faculdade, estágio, emprego fixo —, eu sentia que aquilo não fazia sentido para mim. Sempre admirei a coragem do meu pai de seguir seu próprio caminho, mas a verdade é que, naquela época, eu ainda não sabia como aplicar essa mentalidade empreendedora que tanto me inspirava. O que eu sabia era que precisava encontrar algo mais.

Antes de entrar na faculdade, meu pai começou a me levar a eventos que, de certa forma, eram motivacionais, mas iam além disso — eram encontros focados em mentalidade e desenvolvimento pessoal. Esses eventos foram criados pelo autor do livro Os Segredos da Mente Milionária, T. Harv Eker, e meu pai me levou a uma série deles. Desde palestras sobre negócios até como falar em público, cada experiência plantava uma nova ideia em mim.

Em um desses eventos, conheci um representante da empresa do T. Harv Eker no Brasil. Ficamos algum tempo sem conversarmos mais, mas depois de alguns meses ele apareceu me oferecendo uma oportunidade. Ele me apresentou a uma organização de benefícios para viajantes, uma espécie de clube exclusivo. A proposta era interessante: negociavam com hotéis e experiências de luxo em escala, obtendo condições especiais, e repassavam essas vantagens para os assinantes. O lucro vinha das assinaturas, não dos pacotes.

O modelo de vendas era baseado em marketing multinível. Com uma vontade imensa de construir meu próprio patrimônio, resolvi tentar. Vendi o clube para alguns amigos, mas logo percebi que aquilo não era promissor, muito menos sustentável. Eu estava construindo minha base em uma estrutura que não era minha e que podia mudar as regras a qualquer momento. Decidi parar.

Apesar disso, essa experiência foi um grande aprendizado, especialmente sobre vendas. Uma frase que ouvi durante uma convenção em Las Vegas ficou marcada: “O que você trata como hobbie, te custa caro como hobbie. O que você trata como negócio, te paga bem como um negócio.” Na época, essa frase tinha o objetivo de motivar as pessoas a levarem o clube a sério. Para mim, ela foi além: me ensinou que qualquer coisa na vida precisa de dedicação e foco para dar certo. Anos depois, apliquei esse princípio à ACTO.

Nesse período, logo depois de abandonar o clube, passei meses fechado no meu quarto. Eu passava as tardes estudando por conta própria, mergulhado em livros, podcasts, redes sociais — tudo o que pudesse me ensinar sobre negócios e empreendedorismo. Esse período gerou conflitos com meus pais. Do lado deles, parecia que eu não queria fazer nada da vida. E, olhando de fora, eles não estavam errados. Afinal, ver o filho fechado no quarto, sem trabalhar e aparentemente sem direção, levanta mesmo preocupações.

Mas, para mim, aquele era um momento de preparação. Hoje, consigo enxergar como estava afiando meu machado. Não sabia na época, mas muitos dos acertos da ACTO começaram a ser construídos ali.

Foi no auge desses conflitos que resolvi entrar para um estágio. Meu pai conseguiu para mim, em uma consultoria de negócios de um amigo dele. Confesso que fui meio obrigado. Não tinha escolha. A alternativa seria tentar algum curso no mercado digital, mas o que eu iria vender, se não tinha nada a ensinar?

O estágio não durou nem um mês. Eu acredito que estágios podem ser incríveis e oferecer muito aprendizado — na ACTO, nos esforçamos para que isso aconteça. Mas, nesse caso, não foi assim. Meu trabalho era copiar e colar dados de uma planilha para outra, confirmando a presença de convidados para eventos. Não aguentei e abandonei.

Minha sorte foi que meu pai estava começando outro negócio e me convidou para ajudar. Lá em casa, sempre tivemos uma relação próxima com o tema de peso e saúde. Nunca fomos obesos, mas sempre lidamos com aquele vai e vem de emagrecer e engordar.

Em uma de suas viagens à China, meu pai visitou um amigo que, anos antes quando ainda tinha o seu negócio lá, era extremamente obeso. Quando o reencontrou, ele estava magro, com 25 quilos a menos. Curioso, meu pai perguntou o que tinha acontecido, e o amigo contou que estava consumindo um biscoito que substituía refeições. Era como aqueles shake da Herbalife, mas em forma de cookie.

O produto chamou tanto a atenção do meu pai que, no dia seguinte, ele deu um jeito de trazer alguns para o Brasil. Lembro que demorava cerca de duas semanas para conseguir um desses na China, de tão estourado que estava o produto por lá.

Quando nos contou, ficamos céticos, mas logo surgiu a ideia: por que não criar algo semelhante aqui? Contratamos uma engenheira de alimentos para entender a fórmula e, em poucos meses, desenvolvemos nossa versão. Não era o produto mais gostoso, mas era funcional. Ele substituía uma refeição completa, atendendo às normas da Anvisa, e realmente ajudava no emagrecimento.

Apesar do potencial, o negócio enfrentou desafios. Dependíamos de anúncios no Facebook, e, por ser um nicho delicado, nossas contas frequentemente eram bloqueadas. Com o tempo, desistimos. Foi um aprendizado, mas não o suficiente para se tornar algo sustentável.

Provavelmente, você que está me acompanhando por aqui já conhece um pouco da história que levou à criação da ACTO.

Se ainda não conhece, deixo aqui o convite para explorar essa jornada em detalhes. Basta clicar no link abaixo para entender como tudo começou:

[Link para a história da ACTO]

Hoje, quero compartilhar apenas dois aprendizados com você:

1. "O que você trata como hobbie, te custa caro como hobbie. O que você trata como negócio, te paga bem como um negócio."
Seja o que for, leve a sério. Faça valer. Porque é isso que transforma qualquer ideia em algo realmente grande.

2. Não desista dos seus sonhos. A diferença entre um perdedor e um vencedor é que o vencedor nunca desistiu. Muito provavelmente as primeiras tentativas não darão certo, mas estudos mostram que fundadores em sua segunda ou terceira tentativa têm chances significativamente maiores de sucesso. Isso vale não apenas para os negócios, mas para todas as áreas da vida.

Busque o que é seu.

Abraços,
Thiago Chiká

Fundador e CEO da ACTO